15/04/2024

Trabalhadores criticam proposta da GM e Sistemistas, em Gravataí, de redução do PPR

Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí denuncia ganância das empresas em negociações salariais

Os primeiros passos da negociação entre a General Motors (GM), as sistemistas e o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) levantam preocupações quanto à proposta de redução do Programa de Participação nos Resultados (PPR) dos trabalhadores. Um novo encontro está agendado para esta terça-feira (16/04), na qual continuam as discussões para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para o período de 2024-2025. O diretor do Sinmgra, Valcir Ascari o “Quebra Molas”, expressou sua indignação com a situação.

"Tivemos reuniões na última quinta e na sexta-feira com a GM e Sistemistas. A choradeira não para! Estão dizendo que o pátio está cheio, o que é uma verdade, mas os trabalhadores não têm de pagar a conta por isso. A GM continua com sua ganância de sempre. A empresa aumentou assustadoramente o valor do carro e se uniu com as Sistemistas para tentar acabar com os direitos dos empregados", disse.

O Sinmgra alerta para a importância da mobilização dos trabalhadores e ressalta que a luta por condições dignas de trabalho é fundamental para o fortalecimento da classe.

O que os trabalhadores aprovaram em assembleia no dia 27 de março:

A proposta aprovada pelos trabalhadores pede reajuste do Programa de Participação nos Resultados (PPR), que passaria a ser de R$ 19.000,00 com adiantamento de R$ 10.000,00, além de um reajuste salarial correspondente a 100% do INPC acumulado no período, acrescido de 2,75% de aumento real. A assembleia permanecerá aberta até o encerramento das negociações coletivas. Os trabalhadores reivindicam, ainda, Vale Alimentação mensal no valor de R$ 450,00 e garantia de investimentos de novos projetos para a planta, entre outros itens.

O que foi proposto pela montadora:

A montadora propôs um Programa de Participação nos Resultados (PPR) no valor de R$ 12.750,00 para o ano de 2024, sem previsão de reajuste salarial, acompanhado de um cartão alimentação no valor de R$ 200,00. Para o ano seguinte, a proposta era aumentar o PPR para R$ 12.800,00, acrescido de um reajuste salarial correspondente a 50% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Data-base, além de manter o valor do cartão alimentação também corrigido pelo mesmo percentual do INPC. Enquanto isso, as sistemistas, propuseram um PPR de R$ 6.885,00 para 2024, sem qualquer reajuste salarial, e um cartão alimentação de R$ 108,00. Para o ano subsequente, a sugestão era corrigir o valor do PPR, do vale alimentação e do reajuste salarial em 50% do INPC.

 


Legenda: Assembleia de trabalhadores
Créditos: Marcelo Matusiak
Legenda: Trabalhadores mobilizados
Créditos: Marcelo Matusiak
Legenda: Pátio cheio de carros
Créditos: Marcelo Matusiak