09/04/2024
SETCERGS se reúne com a Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e outros representantes de entidades para debater programa de capacitação
Inserir pessoas que deram baixa no serviço militar em serviços que exigem qualificação e capacitação especial foi tema da reunião
Todos os anos vários recrutas e soldados recebem baixa do serviço militar e a maioria aguarda uma oportunidade de emprego. Foi pensando no mercado de trabalho, na capacitação e na lei da aprendizagem que nesta segunda-feira (08/04) reuniram-se junto a Superintendência Regional do Ministério do Trabalho no Rio Grande do Sul, líderes de entidades que têm dificuldade de inserir no seu quadro de funcionários esses jovens aprendizes, por conta das capacitações exigidas para determinados cargos. Representando o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Rio Grande do Sul esteve presente o diretor de Gestão, Roberto Machado; a diretora Efetiva, Etiane Clavijo e o conselheiro Fiscal, Jeferson Cardoso.
O objetivo foi promover uma discussão e criar um ambiente de diálogo para resolver o problema de setores com áreas difíceis de aplicar a lei da aprendizagem por conta das jornadas de trabalho, horário noturno, operação de máquinas pesadas, motoristas profissionais, construção de estradas que envolvem grandes riscos exigindo capacitações qualificadas. Em uma futura parceria com as forças armadas e entidades interessadas, a sugestão foi direcionar essa qualificação aos jovens inseridos dentro do quartel para quando saírem já estarem capacitados a desenvolverem uma função específica.
A Lei da Aprendizagem de nº10.097/ 2000 traz a função social de empregar e capacitar jovens para o mercado de trabalho e é de interesse de todas as empresas. O exército atualmente realiza alguns cursos de capacitação na área administrativa, motorista, gastronomia e auxiliar mecânico e a princípio as sugestões foram de incluir e aperfeiçoar a função de motorista de transporte de cargas, operador de máquinas pesadas e vigilante. Segundo o Cel. Teixeira, o ano em que o jovem serve ao exército ele se doa ao país por meio dos serviços militares e ele é muito bem aproveitado.
“Aproveitamos o tempo deste jovem conosco e colocamos na bagagem dele, além da parte profissional que é o que ele aprende na artilharia, infantaria, investimos muitos em valores morais e éticos de responsabilidade, disciplina, hierarquia e dedicação”, disse.
Conforme o diretor de Gestão do SETCERGS, Roberto Machado, há uma dificuldade em conseguir aprendizes habilitados para atuar no segmento, pois o setor exige bastante profissionalismo. Um motorista de transporte de cargas para trabalhar dentro da base precisa ter no mínimo carteira C e para evoluir de carteira precisa ter um certo período de carteira B.
“Há dificuldade de encontrar esses jovens no mercado de trabalho. Nós do SETCERGS temos o maior interesse em aperfeiçoar pessoas dentro das bases das áreas do transporte rodoviário de cargas, esse é um tema também para Convenções Coletivas de Trabalho”, explica.
A diretora efetiva e empresário do setor, Etiane disponibilizou a Cooperativa de Transportes de Produtos Líquido (Cooperlíquidos) para realizar o teste piloto, e se colocou à disposição para treiná-los.
“Precisamos muito dessas pessoas e não sabemos onde buscá-las. Realizamos campanhas para atrair candidatos e eles chegam sem nenhuma qualificação. Todos os militares que trabalham na nossa empresa, atualmente, são excelentes funcionários. Esses jovens são ideais para realizarem este tipo de trabalho e nós queremos muito eles”, finaliza.
Também fizeram parte da mesa de diálogo representantes do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul (Sindesp/RS), do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado do Rio Grande do Sul (Siticepot), Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Geral no RS (SICEPOT), SindVigilantes do Sul, Comando Militar do Sul, Federação dos Trabalhadores em Transportes e Logística (FETTL-RS), Sindicato dos Empregados em Transporte Rodoviário de Cargas Seca do Estado do RS (Sinecarga), e os auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, Denise natalina Brambilla Gonzalez e Gerson Soares Pinto.