Retomada das operações no Aeroporto Salgado Filho traz alívio, também, ao setor de transporte rodoviário de cargas
Reabertura parcial do terminal aéreo em Porto Alegre favorece a recuperação do segmento e ajuda a restabelecer a competitividade no Sul do Brasil
O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, reiniciou suas operações na última segunda-feira (21/10), após mais de cinco meses de inatividade devido às enchentes que atingiram a região em maio. Além dos enormes transtornos causados com estradas interrompidas e desvios longos para que as cargas fossem transportadas, o fechamento temporário do aeroporto também impactou o segmento. O retorno parcial das atividades no terminal permite que o fluxo de mercadorias, que depende da integração entre o modal aéreo e o rodoviário, seja restabelecido com maior eficiência, otimizando prazos e reduzindo custos operacionais, como destaca a vice-presidente de Transporte Internacional do SETCERGS, Andressa Scapini.
“O Aeroporto Salgado Filho é um hub logístico essencial para o modal rodoviário e aéreo de cargas no Sul do Brasil. Com sua reabertura, conseguimos retomar rotas e prazos essenciais, garantindo a competitividade e o abastecimento dos negócios que dependem dessa conexão estratégica”, afirma.
Prejuízos e alívio na retomada
A ausência do Aeroporto Salgado Filho e as condições rodoviárias precárias resultaram em um isolamento logístico significativo para a cidade. Como explica Thais Bandeira, diretora de Negócios na Kodex Express, empresa associada ao SETCERGS.
“Como trabalhamos com um foco no transporte aéreo e logístico multimodal, sentimos fortemente o impacto. Tivemos de nos adaptar, utilizando o modal rodoviário como solução até Florianópolis para conseguir escoar as cargas. Isso aumentou nossos custos e prazos de entrega, mas mantivemos o atendimento sem interrupções. A falta de infraestrutura afetou não apenas nossa empresa, mas toda a economia local, comprometendo o transporte e a mobilidade de pessoas e mercadorias”, disse.
O prolongado fechamento prejudicou especialmente o transporte de volumes pequenos e emergenciais, que dependiam do modal aéreo, além de comprometer agendas comerciais que exigiam deslocamentos rápidos para reuniões e visitas presenciais.
Com a retomada, o primeiro voo comercial pousou às 8h03min, marcando o início das operações com uma pista reduzida de 1.730 metros. A normalização completa, incluindo voos internacionais, está prevista para final de dezembro.
“A expectativa era alta. Com o aumento dos prazos para envio via Florianópolis, sentimos uma grande demanda para voltar a operar o mais rápido possível. Realizamos reuniões com as companhias aéreas e fomos informados de que o aeroporto estaria funcionando com 75% da malha aérea, operando das 8h às 22h. Mesmo com essas limitações, conseguimos retomar as cargas mais urgentes já no início da semanaa, o que deixou nossos clientes muito satisfeitos. A cidade e a economia estão retomando seu ritmo, e esse retorno é essencial para melhorar a conectividade, não apenas no transporte de cargas, mas também para o turismo, que foi severamente impactado”, acrescentou Thaís.
Redação: Marcelo Matusiak