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Superação, coragem e liderança marcaram a noite de quinta-feira (13/03) na CDL Sapiranga, durante o evento “Entre Elas”, realizado em celebração ao Dia da Mulher. O encontro reuniu mulheres para um bate-papo sobre desafios e conquistas, com destaque para a palestra de Bárbara Hedler. Com uma trajetória impressionante, que inclui sete anos na ONU e uma participação no Prêmio Nobel da Paz de 2013, Bárbara emocionou o público ao compartilhar suas experiências e reforçar a importância da presença feminina em espaços de decisão. Sua história é um exemplo vivo de que determinação e ousadia podem transformar realidades.

 

A noite começou com a fala de Camila Cemim, uma das coordenadoras do CDL Mulher Sapiranga, que destacou a relevância de encontros como esse para criar conexões genuínas. “Quando lemos um livro, aprendemos. Mas, quando ouvimos uma história de vida, sentimos na pele, nos emocionamos e nos identificamos. Isso torna o aprendizado ainda mais forte”, comentou.

 

Ana Paula Dorscheid, coordenadora do Núcleo de Mulheres da CDL Sapiranga, reforçou a proposta de trazer exemplos próximos à realidade do público.

 

“Nosso objetivo é sempre destacar mulheres da nossa região, mostrando que é possível conquistar grandes coisas, independentemente de onde viemos. Queremos inspirar umas às outras a correr atrás dos nossos sonhos”, afirmou.

 

Durante sua palestra, Bárbara Hedler abordou um tema recorrente na trajetória de muitas mulheres: a busca por validação.

 

“Desde cedo, somos ensinadas a provar o nosso valor o tempo todo. No ambiente de trabalho, essa pressão se intensifica. Eu mesma senti isso na indústria petroquímica, onde precisava demonstrar força e conhecimento a cada instante. Não se trata de falta de confiança, mas do peso de um sistema que nos desafia mais do que deveria”, relatou.

 

Ela também destacou a importância de referências femininas na liderança.

 

“Muitas vezes, crescemos sem ver mulheres em cargos de decisão, o que dificulta imaginar que podemos chegar lá. Por isso, precisamos de líderes femininas fortes, que mostrem, na prática, que podemos ocupar esses espaços e fazer a diferença”, enfatizou.

 

Bárbara emocionou o público ao compartilhar sua atuação na Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), trabalho que contribuiu para o reconhecimento da entidade com o Prêmio Nobel da Paz.

 

“Trabalhar em um ambiente predominantemente masculino e de viés militar foi um dos maiores desafios da minha vida. Quando entrei, menos de 8% dos funcionários eram mulheres. Mas eu sabia que tinha um papel importante ali e segui em frente”, relembrou.

 

A convidada também relatou sua vivência na caminhada até o Campo Base do Everest.

 

“Eu precisei ir até o Everest para compreender o quanto a coragem sempre esteve presente na minha vida. Tudo o que já havia feito exigia bravura, mas essa jornada me desafiou ainda mais. Foi ali que decidi ser ainda mais ousada e transformar essa experiência em um livro. Durante os 13 dias de caminhada – num total de 21 dias no Nepal –, escrevi à mão cada insight, reflexão e pensamento que surgia, já que não levei computador. Sentia um forte chamado para registrar tudo. Mas escrever é uma coisa, publicar é outra. Lançar um livro é se expor, mostrar vulnerabilidade e revelar fraquezas. E isso, sem dúvida, também exigiu muita coragem”, contou.

 

O evento foi encerrado com um descontraído happy hour, proporcionando às participantes a oportunidade de trocar experiências e fortalecer suas redes de apoio.

 

Redação: Marcelo Matusiak