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Com o tema “Segurança do Paciente na prática: o que fazemos hoje para um amanhã melhor”, o Hospital Sapiranga promoveu, ao longo desta quinta-feira (24/04), o I Simpósio de Qualidade e Segurança do Paciente. O encontro reuniu profissionais da saúde em um dia inteiro de palestras, reflexões e compartilhamento de experiências. A programação ocorreu no auditório da instituição, das 8h às 17h. Na abertura, a diretora executiva do hospital, Elita Herrmann, enfatizou a relevância da atualização constante e do estímulo a práticas transformadoras no dia a dia da equipe.

 

“Este encontro foi idealizado para promover o intercâmbio de ideias, incentivar a inovação e fortalecer o compromisso com a excelência, não apenas dentro da nossa equipe, mas também entre outras instituições de saúde. Como hospital acreditado pela ONA, desejamos que esse movimento de qualificação se estenda por toda a rede, impactando diretamente o cuidado ao paciente, à comunidade e às famílias”, destacou.

 

A integração entre áreas foi um dos pontos ressaltados pelo diretor médico do Hospital Sapiranga, Dr. Airton Schmitt.

 

“Essa iniciativa é fundamental para integrar a equipe multidisciplinar, que envolve médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e também os colaboradores da área administrativa. Esses encontros fortalecem o diálogo e elevam o padrão assistencial, beneficiando diretamente os pacientes de Sapiranga e de toda a região”, afirmou.

 

Camila Nied, coordenadora do Núcleo de Qualidade do hospital, reforçou que o objetivo principal foi disseminar conhecimento, abordando desde temas de gestão até práticas assistenciais.

 

“Procuramos evidenciar que qualidade e segurança do paciente são valores transversais dentro da instituição, presentes desde a liderança até o atendimento direto. Também discutimos como equilibrar tecnologia e humanização, como na inteligência artificial aplicada à interpretação de exames, sempre com o propósito de qualificar o cuidado sem perder nossa essência: o amor ao paciente”, declarou.

 

 

As palestras abordaram assuntos estratégicos voltados à inovação, eficiência e humanização no ambiente hospitalar. O evento iniciou com o painel “Construindo o futuro: como o engajamento da liderança impulsiona a transformação”, mediado por Maria Rozimar de Oliveira, coordenadora de RH da instituição. Participaram da mesa Elita Herrmann, diretora executiva do hospital, Roberto Gordilho, CEO da GesSaúde, e José Paulinho Brand, diretor executivo do Hospital Ouro Branco, que destacaram o protagonismo da liderança na implementação de mudanças estruturais.

 

“Hoje estamos mais desconectados da rotina, e isso tem consequências — inclusive nas organizações. Houve uma transição do modelo tradicional, baseado em planejamento, comando e controle, para uma estrutura mais centrada nas pessoas, ou seja, mais individualizada. Há cerca de dez anos, chefe, gestor e líder eram praticamente sinônimos. Hoje, esses papéis são distintos”, afirmou Gordilho.

 

O segundo painel, “O modelo hospitalista como ferramenta para a sustentabilidade e eficiência”, apresentou experiências práticas sobre o modelo assistencial. A moderação foi de Jaqueline Luft, com exposições dos médicos Dr. Vinicius Sabedot Soares, Dra. Andressa Conti e Dr. Felipe Endler Huppes.

 

“Estudos indicam que a má gestão do uso de leitos representa 49,3% do desperdício hospitalar. Já as reinternações precoces e potencialmente evitáveis respondem por 13,5% desse total”, destacou Dr. Vinicius.

 

Encerrando a manhã, o painel “Diálogos que salvam vidas”, moderado pela enfermeira Natabe Daniela Weiand, abordou a comunicação em momentos delicados. Representantes da área de captação e transplante de órgãos compartilharam vivências sobre a importância do diálogo humanizado, com destaque para as equipes do Hospital Sapiranga e da Santa Casa de Porto Alegre.

 

Kelen Machado, enfermeira da Organização de Procura de Órgãos OP01 e OP07 da Santa Casa, enfatizou que 47% das doações não ocorrem por negativa familiar.

 

“É um trabalho que exige empatia e profissionalismo. Quando há uma comunicação assertiva, é possível sensibilizar a família para a doação, ajudando a reduzir a fila de espera”, afirmou.

 

À tarde, o primeiro painel abordou “O impacto da Inteligência Artificial na agilidade e detecção precoce nos processos diagnósticos”, com mediação do diretor técnico do hospital, Dr. Airton Schmitt, e palestra do radiologista Dr. Marcelo Abreu, do Hospital Mãe de Deus. Ele ressaltou o papel crescente da IA na análise de exames por imagem.

 

“Vivemos um dilema na radiologia: há muitas informações disponíveis, mas é necessário discernir quais realmente agregam valor ao diagnóstico”, explicou.

 

Na sequência, o debate se concentrou na integração entre setores com o painel “A força da colaboração multissetorial: a análise do protocolo de AVC como ferramenta de melhoria contínua”, mediado por Camila Nied. Enfermeiras da casa, como Tatiana Mattos e Graciele Nonnemaker, além do neurologista Dr. Diógenes Zãn, compartilharam os avanços obtidos com a aplicação do protocolo.

 

O tema “Acreditação Hospitalar: o caminho para a excelência e segurança do paciente” foi o foco do painel seguinte, também moderado por Nied. A palestrante Cassiana Prates, da Eficiência Hospitalista, evidenciou como a acreditação impulsiona o aprimoramento contínuo.

 

Encerrando o evento, o painel “Além da medicina tradicional: a pet terapia como ferramenta terapêutica complementar” abordou a humanização no cuidado. Com moderação de Letícia Kovalski, a arteterapeuta Rejane Lopes apresentou os benefícios da terapia assistida por animais, acompanhada pelas cadelas Akira e Sereia, que já fazem parte da rotina de cuidado do hospital.

 

O I Simpósio de Qualidade e Segurança do Paciente foi uma realização do Hospital Sapiranga com patrocínio de Unicred Eleva, JME Informática e Safety4ME. O apoio foi da Unimed Encosta da Serra.

 

Redação: Marcelo Matusiak