06/01/2025

Hospital Sapiranga resgata história com restauração de antigo espaço para novo auditório e memorial

Iniciativa celebra os 80 anos da instituição e preserva a memória histórica do hospital

O Hospital Sapiranga está promovendo a restauração de um de seus espaços históricos, que já funcionou como maternidade e pediatria, e que agora será transformado em um auditório, simbolizando a valorização do legado da instituição. A história do Hospital Sapiranga, também conhecido como Sociedade Beneficente Sapiranguense, começou em 1944, quando, por meio de uma mobilização comunitária, foi decidida a construção de uma Casa de Saúde. O projeto, que integra as comemorações dos 80 anos do hospital em 2024, inclui a preservação e recuperação de elementos arquitetônicos originais, com previsão de conclusão dos trabalhos em dezembro deste ano e inauguração oficial programada para janeiro de 2025.

A restauradora contratada, Flávia Duque-Estrada, é conservadora-restauradora formada em Belas Artes pela UFRJ, com mais de 25 obras de restauração em seu currículo e vasta experiência na recuperação de peças de arte e espaços históricos. Flávia, que já foi membro do Conselho de Cultura e do Patrimônio de Juiz de Fora (MG) e vencedora do Prêmio Amigo do Patrimônio, destacou a complexidade do trabalho realizado no hospital.

“Fiquei muito feliz pelo convite do Hospital Sapiranga em me chamar para restaurar parte de sua história. A restauração de elementos como a escaiola e o piso hidráulico exige um alto nível de habilidade técnica e artística, garantindo a preservação do valor histórico e estético do espaço”, disse.

Desafios técnicos e artísticos

Na restauração do piso hidráulico, Flávia enfrentou o desafio de lidar com o desgaste do tempo, partes cobertas por cimento e elementos faltantes. Ela explicou que técnicas específicas estão sendo empregadas para recuperar a integridade, preservando o desenho e as cores originais, com a aplicação de um protetivo para garantir sua durabilidade. O piso hidráulico é um revestimento fabricado artesanalmente à base de cimento e outras matérias-primas usado em pisos e paredes. É conhecido assim por não sofrer queima e ficar imerso na água como parte do seu processo de fabricação.

Já a escaiola, técnica decorativa artesanal à base de gesso e pigmento, apresenta áreas desagregadas e grandes partes faltantes.

“Será necessário consolidar e reproduzir a textura original, um processo que exige extremo cuidado e habilidade artística”, acrescentou a restauradora.

Além da restauração, a reconstituição da fachada original, incluindo o modelo do telhado e a reprodução fiel da “gaiuta”, e a construção de um memorial reforçam o compromisso do hospital com a preservação de sua história.

A direção do Hospital Sapiranga convida a comunidade e profissionais da área médica a contribuírem com itens históricos que possam enriquecer o acervo do memorial. Contatos podem ser feitos pelo telefone (51) 9 9706-2927.

Redação: Marcelo Matusiak
 

Legenda: Imagem histórica
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