Emoção e consciência marcam I Simpósio sobre doação e transplante de órgãos no Hospital Sapiranga
Evento reuniu profissionais da saúde e comunidade para sensibilizar sobre a importância da doação de órgãos
A doação de órgãos e transplantes foi o tema do I Simpósio Multiprofissional promovido pelo Hospital Sapiranga, realizado em 30/07 no auditório da instituição. Com o lema “Tempo é vida: doe órgãos, salve vidas”. O evento trouxe a troca de conhecimentos técnicos, mas acima de tudo contou com relatos emocionantes e reflexões profundas que envolveram todos os participantes. Na essência das manifestações, esteve o poder transformador da doação, reforçando que um simples gesto pode significar uma nova chance para muitas pessoas.
A abertura foi marcada por uma análise sobre o panorama da doação no Brasil e o papel fundamental das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). A Dra. Fernanda Bow, ao lado da enfermeira Simone Lysakowski, destacaram o quanto é essencial que a população compreenda que a doação só acontece graças a uma rede complexa e organizada.
O médico coordenador da UTI Adulto e presidente da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Sapiranga, Dr. Pedro Lima, também reforçou a proposta do evento.
“O objetivo do simpósio não é ser um evento exclusivo do hospital, mas sim da região. Queremos alcançar toda a comunidade, esclarecer dúvidas sobre um diagnóstico tão complexo quanto a morte encefálica e estimular a doação de órgãos. Conseguimos reunir grandes profissionais de Porto Alegre e região, dispostos a abordar esse tema com ética e humanização. Morte encefálica não é só um termo técnico — ela carrega histórias de vidas e famílias. Nosso compromisso é promover informação, empatia e acolhimento à população”, destacou.
No período da tarde, temas como o acolhimento psicológico às famílias, o papel da fisioterapia no cuidado com transplantados e a criação de uma cultura doadora foram debatidos. Para Cristian de Oliveira, psicólogo convidado, a entrevista com a família é um dos momentos mais desafiadores do processo.
O encerramento ficou por conta do painel mais emocionante do dia, com a participação de um paciente transplantado e com a presença da irmã de um doador.
A diretora-executiva do Hospital Sapiranga, Elita Herrmann, também destacou o papel da instituição como agente de conscientização junto à comunidade.
“É fundamental esclarecer os mitos sobre a doação de órgãos e reforçar sua importância, especialmente em um hospital, onde há profissionais capacitados para orientar a comunidade. O papel da instituição vai além do cuidado, também envolve informar e conscientizar sobre quantas vidas podem ser salvas a partir de um único doador. Levar esse conhecimento tanto aos colaboradores quanto à população em geral é parte essencial dessa missão”, afirmou.
O evento reforçou o compromisso do Hospital Sapiranga com a promoção da vida, da empatia e da informação como ferramentas fundamentais para aumentar o número de doadores no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 40 mil pessoas aguardam por um transplante no país, o que evidencia a urgência da causa.
Redação: Marcelo Matusiak