Com a chegada do inverno no Rio Grande do Sul, as doenças respiratórias tornam-se uma preocupação recorrente, afetando especialmente o público infantil. Diante desse cenário, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) reforça a necessidade de os pais estarem atentos aos sinais de alerta e adotarem medidas preventivas para proteger as crianças contra infecções como gripes, resfriados e bronquiolites. O aumento das aglomerações em ambientes fechados durante a estação mais fria favorece a maior circulação de vírus e bactérias.
O infectologista pediátrico, Dr. Fabrizio Motta — médico associado à SPRS e supervisor médico do Controle de Infecção e Infectologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre — explica que resfriados, gripes e bronquiolites são as infecções mais comuns nesse período.
"As principais doenças respiratórias em crianças são as síndromes gripais, rinosinusites virais e resfriados comuns, que podem evoluir para infecções das vias aéreas inferiores, como a bronquiolite em lactentes, causando falta de ar e, muitas vezes, necessidade de hospitalização. Em crianças maiores, a falta de ar está geralmente associada a piora das doenças de base, como a asma. Os sinais de alerta para os pais incluem respiração ofegante, batimento das asas do nariz, tiragem (afundamento do tórax), febre persistente, prostração, sonolência e recusa de líquidos. Nesses casos, é fundamental buscar atendimento médico imediato”, destaca o especialista.
A prevenção, segundo o médico, envolve cuidados já conhecidos, mas nem sempre mantidos no dia a dia.
"É importante evitar aglomerações, não visitar pessoas doentes e manter os ambientes bem ventilados, com janelas abertas sempre que possível — medidas que aprendemos na pandemia, mas muitas vezes deixamos de lado. A vacinação também é essencial: a vacina da gripe protege contra o vírus influenza e, indiretamente, contra algumas complicações bacterianas; a vacina da Covid-19 continua sendo fundamental; e, atualmente, gestantes podem receber a vacina contra o vírus sincicial respiratório, que ajuda a proteger os bebês da bronquiolite e reduz o risco de hospitalização nos primeiros meses de vida”, afirma.
Além disso, o especialista ressalta que hábitos simples no dia a dia das famílias podem fazer grande diferença na proteção das crianças.
“Higienizar as mãos, especialmente nas escolas; evitar brinquedos de pano, priorizando os que podem ser higienizados ; e manter distância de pessoas doentes, inclusive familiares. Se a criança estiver doente, o ideal é não ter contato com amigos ou parentes. Vacinas em dia para toda a família contra gripe e Covid-19 ajudam a reduzir a circulação dos vírus. Além disso, é essencial garantir boa alimentação, hidratação e controle de doenças como asma e rinite durante o inverno, para evitar complicações”, completa o Dr. Fabrizio.
Redação: Rafael Sodré