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O quarto e último dia do Congresso sobre Adolescência, realizado pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ocorreu neste sábado (20/09). A programação abriu com a Tchê-Liga, iniciativa que apresentou projetos de extensão universitária como uma experiência genuinamente local, coordenada pela pediatra Alice de Moura Vogt (RS).

 

Na sequência, o Encontro com Especialista discutiu o uso dos métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs) na adolescência, sob coordenação da pediatra Maria Cecília de Oliveira Almeida (RS) e com palestra da ginecologista Liliane Diefenthaler Herter (RS), que trouxe avanços e desafios da prática clínica.

 

Um dos momentos mais aguardados foi a mesa-redonda sobre Identidade de Gênero e suas Diversidades, coordenada pelo pediatra Alberto Scofano Mainieri (RS). O debate contou com a contribuição da pediatra Rafaela Wolf Baptista (RS), que detalhou critérios diagnósticos e aspectos clínicos, da advogada Claudia Sobot (RS), que abordou a regulamentação do atendimento ao adolescente trans, e da endocrinologista Poli Mara Spritzer (RS), que apresentou protocolos de hormonioterapia, além de experiências compartilhadas por serviços de outros estados.

 

O encerramento científico trouxe a mesa “A Arte da Comunicação na Adolescência”, coordenada pela pediatra Susana Graciela Bruno Estefenon (RS), que contou com a participação da psiquiatra Clarissa Candiota (RS) e do convidado nacional Benito Lourenço (SP). De modo interativo e bem humorado, os convidados trouxeram experiências impactantes vividas com adolescentes

 

“Conectar-se com os adolescentes é um desafio que exige muito cuidado com a forma como nos comunicamos. Quando falo em médicos, profissionais de saúde, professores ou educadores, todos nós temos um papel diante desses meninos e meninas. Essa responsabilidade, presente em cada palavra e em cada gesto, é um dos trabalhos que mais me comovem”, destacou Benito. 

 

Clarissa Candiota, chamou a atenção que ainda dentro da educação básica, desde a infância, aprendemos matemática e as quatro operações de forma tão concreta que não esquecemos nunca. Isso vale em qualquer nível social, porque esse conhecimento foi ensinado de maneira aplicada e permanece conosco. No entanto, a partir do quinto ou sexto ano, no ensino fundamental e médio, segundo ela, ocorre uma dissociação dos conteúdos. 

 

“Passamos a receber apenas transmissão de informações, sem conexão com a produção de sentido. Assim, química, física e matemática acabam ficando distantes da vida real”, alertou. 

 

A cerimônia de encerramento e menção honrosa foi conduzida pelos coordenadores do Congresso, Lilian Day Hagel (RS) e Ricardo Becker Feijó (RS), que destacaram a relevância do encontro e a pluralidade de olhares que marcaram os quatro dias de atividades.

 

“A realização do Congresso de Adolescência é de extrema importância. As discussões sobre os cuidados com a saúde dos adolescentes devem ser cada vez mais amplificadas, para que possamos avançar na qualidade da assistência e no reconhecimento dessa fase tão decisiva da vida”, afirmou a coordenadora do Congresso, Lilian Day Hagel (RS).

 

O presidente da Sociedade de Pediatria do RS, Dr. José Paulo Ferreira, agradeceu e destacou o sucesso do evento.

 

“Quero agradecer a todos vocês. Vimos o esforço dedicado para o sucesso deste Congresso de Adolescência. Espero que este seja apenas o início de uma nova retomada, um movimento que fortaleça ainda mais o compromisso do Brasil com o cuidado dos nossos adolescentes”, disse.

 

Redação: Marcelo Matusiak