Câncer bucal: um desafio que exige atenção e prevenção
Artigo de Opinião: diretor de Comunicação da AMRIGS, Dr. Marcos André dos Santos
A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais no combate ao câncer de boca, uma doença muitas vezes negligenciada. Durante a Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, de 1º a 7 de novembro, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) reforça a importância da conscientização e do acesso à informação.
A ligação entre tabagismo e consumo excessivo de álcool é um dos principais fatores de risco para o câncer bucal, sendo o álcool também potencializador dos efeitos carcinogênicos do tabaco. No entanto, outros elementos também influenciam no desenvolvimento da doença, como higiene bucal inadequada, deficiências nutricionais e a infecção pelo HPV. Apesar de sua alta incidência, muitas pessoas desconhecem os sinais iniciais da doença e demoram a buscar avaliação médica.
O principal sintoma do câncer de boca é o aparecimento de uma ferida que não cicatriza em até duas semanas, muitas vezes confundida com uma afta. Outras manifestações incluem dor persistente, dificuldade para engolir e aumento dos linfonodos cervicais. Como o tumor pode se espalhar para outras regiões, qualquer inchaço no pescoço que persista deve ser investigado imediatamente.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), este câncer está entre os sete tipos mais comuns no Brasil. A incidência é maior em homens, na proporção de três para um, reflexo histórico do tabagismo mais prevalente nesse grupo. Embora essa diferença venha diminuindo, o impacto da doença ainda é significativo.
O tratamento, na maioria dos casos, envolve cirurgia, muitas vezes associada à radioterapia. Quanto maior o tumor, pior o prognóstico e maiores são as sequelas. O diagnóstico precoce é, portanto, essencial para minimizar as complicações cirúrgicas e melhorar a sobrevida do paciente.
A conscientização é fundamental. Pacientes devem estar atentos a feridas persistentes na boca e procurar um médico. Da mesma forma, profissionais de saúde devem investigar todas as lesões orais suspeitas, realizando biópsias quando necessário. Somente com prevenção, informação e acesso ao diagnóstico precoce podemos reduzir os impactos do câncer bucal e garantir melhor qualidade de vida a todos.
Dr. Marcos André dos Santos
Diretor de Comunicação e Marketing da AMRIGS
