28/03/2024

Aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel preocupa SETCERGS

Por Sérgio Mário Gabardo, Presidente do SETCERGS

Recentemente o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Rio Grande do Sul (SETCERGS) foi confrontado com uma decisão preocupante da Câmara dos Deputados: a não aprovação da emenda que buscava evitar o aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel. Esse tema, que impacta diretamente a indústria de transporte rodoviário de cargas e logística, merece nossa atenção e análise mais profunda.
 
A proposta prevê um aumento gradual da mistura de biodiesel ao diesel, chegando a 15% a partir de março de 2025 e a 20% a partir de março de 2030, com possibilidade de chegar a 25% a partir de 2031, mediante autorização do Conselho Nacional de Política Energética. Embora reconheçamos os potenciais benefícios ambientais que o biodiesel pode trazer para o meio ambiente, é preciso considerar os impactos reais que essa medida pode acarretar.
 
Nosso principal ponto de preocupação reside nos danos que essas misturas mais elevadas podem causar aos motores de veículos pesados. Estudos têm demonstrado que misturas acima de 10% de biodiesel têm sido prejudiciais aos motores, além de gerar problemas nos postos de combustível. Além disso, não podemos ignorar as dificuldades operacionais que enfrentamos atualmente, mesmo com o percentual de 13%. Aumentar essa proporção para até 20%, e futuramente mais ainda, exigiria uma adaptação tecnológica que simplesmente não existe. Nossa frota de caminhões não está preparada para suportar esse aumento no percentual de biodiesel. 
 
Portanto, é fundamental, agora, que a decisão seja reavaliada no Senado, considerando especialmente as implicações que ela terá para toda a cadeia de transporte rodoviário de cargas e logística. Nesse debate, reconhecemos o esforço do deputado Federal Bibo Nunes e de Jerônimo Goergen, assessor de relações governamentais do SETCERGS, pelo empenho na defesa dos interesses do setor durante a votação. Conseguimos uma vitória, ainda que parcial, que foi o acréscimo no texto, da exigência de laudo técnico com relação ao volume de biodiesel a ser colocado no combustível. 
 
O SETCERGS defende a revogação dos dispositivos legais que autorizam esses aumentos, retornando ao patamar de 10% de mistura. Essa é uma posição que continuaremos a defender firmemente, em prol dos interesses de nossas empresas associadas e do setor.
 
Portanto, a pergunta que fica do SETCERGS é: quem vai pagar essa conta? 
 

Legenda: Sérgio Mário Gabardo
Créditos: Divulgação SETCERGS