17/04/2024
AMRIGS atua como protagonista na construção de carta com recomendações e diretrizes para condução dos casos de câncer de mama
Entrega da Carta de Porto Alegre foi feita durante 26º Congresso Brasileiro de Mastologia
A Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), representada pela diretora de Integração Social e especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Dilma Tessari, teve participação fundamental na entrega da Carta de Porto Alegre, contendo recomendações para o enfrentamento do câncer de mama. A apresentação ocorreu durante o 26º Congresso Brasileiro de Mastologia, realizado no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, realizado no dia 11 de abril.
Conforme a médica, o fato de a capital gaúcha receber este evento nacional foi muito importante, por priorizar o tom científico e por ser um dos propósitos da AMRIGS: atuar nos protocolos da Medicina, compactuando com o objetivo do Congresso, ao levar o conhecimento, a ciência e o senso de prevenção para todos os médicos do Brasil.
"Essa colaboração visa melhorar o atendimento e reduzir a mortalidade por câncer de mama em nosso estado e em todo o país", destacou Dra. Dilma.
A Carta foi resultado do esforço conjunto entre a AMRIGS, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e outros parceiros, após edições ao longo de 2023 e início de 2024 do Fórum de Saúde da Mulher, liderado pelo mastologista José Luiz Pedrini.
A abertura oficial do Congresso contou ainda com a presença do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo; do secretário da Saúde de POA, Fernando Ritter; e de representantes de entidades médicas: Dr. Florentino Cardoso, conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM) e ex-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB); Dr. Eduardo Trindade, presidente do Conselho Regional de Medicina do RS (CREMERS); e Dra. Tatiana Della Giustina, também conselheira do CFM.
Carta de Porto Alegre
A Carta de Porto Alegre é fruto do trabalho voluntário de pessoas e instituições que, ao longo de 2023/2024, participaram das reuniões do 2° Fórum Saúde Mulher, a fim de sugerir ações que ajudem a melhorar a qualidade do atendimento e a reduzir a mortalidade por câncer de mama no Brasil, sobretudo mediante o cumprimento de leis já existentes, mas que nem sempre são respeitadas - entre as quais a que estipula o período máximo de 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento ou a reconstrução imediata das mamas.
Na validação desta iniciativa foram convidados os mais representativos segmentos da sociedade - incluindo o poder público, o setor privado, ONGs, grupos de voluntariado -, sob a chancela da Sociedade Brasileira de Mastologia e com o apoio de órgãos como o Conselho Federal de Medicina, o Conselho Regional de Medicina/RS e a Associação Médica/RS.
A exemplo do que ocorreu no lançamento, em 2009, da CARTA DE GRAMADO – cujas recomendações foram adotadas como diretrizes pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) -, o Congresso Brasileiro de Mastologia abre espaço para a apresentação da CARTA DE PORTO ALEGRE, em reconhecimento à importância deste documento histórico de âmbito nacional elaborado por muitos em benefício de todos.
O câncer de mama é um problema de saúde pública no Brasil. Em 2023, foram registrados mais de 70 mil novos casos desta doença, o que representa 30% de todos os casos de câncer em mulheres no país. Na luta pela redução da mortalidade por câncer de mama, algumas questões são fundamentais, como o diagnóstico precoce, preferencialmente da lesão ainda impalpável, só visível por meio de exames, em especial a mamografia, que aconselhamos seja realizada anualmente por todas as mulheres a partir dos 40 anos, e pelas pacientes com sintomas em qualquer idade.
O diagnóstico e o tratamento precoces aumentam sensivelmente as chances de cura, são fundamentais para diminuir a mortalidade e as sequelas decorrentes de cirurgias. Para se atingir esse objetivo é necessário o envolvimento de uma equipe multidisciplinar com radiologista, mastologista, patologista, oncologista, radioterapeuta, cirurgião plástico, fisioterapeuta, fisiatria, nutricionista, enfermeiros, psiquiatras, profissionais de outras áreas da saúde, além dos grupos de apoio. O mamógrafo tem de estar devidamente calibrado por profissionais especializados em sua manutenção e testagem. Igualmente fundamental é o papel de fiscalização dos serviços de radiologia pela Vigilância Sanitária e pelo Colégio Brasileiro de Radiologia.
Em relação ao tratamento cirúrgico, já há um bom tempo passamos da cirurgia radical máxima tolerada para a cirurgia mínima necessária e eficaz. O mastologista, médico responsável pelo diagnóstico e pelos procedimentos cirúrgicos, utiliza técnicas de cirurgia plástica, conjugando a segurança necessária no tratamento oncológico com conceitos de preservação estética é a chamada cirurgia oncoplástica.
O radioterapeuta tem papel importante para obter o controle local da doença. Já o papel do oncologista se relaciona ao controle medicamentoso da doença.
Ferramentas como Gerint, Gercon, Nir. Navegação etc. não conseguem reduzir o sofrimento na busca de soluções imediatas.
Para o combate efetivo do câncer de mama, somente campanhas de prevenção não bastam. É preciso agir. Envolvemos todos os segmentos da sociedade na busca de soluções para melhorar a qualidade do atendimento e a qualidade de vida das pacientes, pois qualidade é vida.