8 de março: dia de reflexão
Por Valcir Ascari (Quebra-Molas), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí
É lamentável constatar que muitas pessoas, por falta de informação, reduzem o significado do dia 8 de março a uma simples homenagem superficial às mulheres, sem compreender a relevância histórica dessa data. Infelizmente algumas empresas insistem em utilizar essa ocasião para discursos vazios de inclusão social, sem um verdadeiro comprometimento com a causa. Por isso, nós, do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, dizemos que não adianta apenas entregar uma flor, mas é preciso lutar para que as mulheres sejam respeitadas e tenham todos os seus direitos preservados.
A história mais conhecida da data de 8 de março remonta ao ano de 1857. As operárias de uma fábrica em Nova York, protagonizaram uma greve em busca de direitos fundamentais, como a redução da jornada de trabalho, licença-maternidade e igualdade salarial. O desfecho desse movimento foi desolador, com 129 mulheres sendo trancadas e mortas em um incêndio criminoso dentro da fábrica.
Esse fato é distante, mas mostra que algumas batalhas persistem até hoje. É imprescindível reconhecer que há mulheres que enfrentam desafios adicionais em suas jornadas profissionais, como mães de crianças com necessidades especiais, cujas demandas são frequentemente negligenciadas pelos empregadores. Os patrões miram os lucros para as companhias, mas não olham para o ser humano.
Também aproveitamos a data para reforçar um alerta de outro grave problema. Os alarmantes números de feminicídios registrados no Brasil, como os 1.463 casos contabilizados em 2023, nos obrigam a repensar nossas atitudes e políticas em relação às mulheres. Não podemos mais tolerar tamanha violência e desrespeito.
Portanto, fazemos um apelo por uma abordagem mais humanizada e justa em relação às trabalhadoras, não apenas neste Dia Internacional da Mulher, mas em todos os dias do ano.
Valcir Ascari (Quebra-Molas), Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí