5ª Caminhada "Juntos pela Vida" reúne centenas de pessoas no Parque da Redenção em alusão ao Setembro Amarelo
Atividade realizada neste domingo, dia 14 de setembro, destacou importância da prevenção ao suicídio e valorização da vida
A manhã de domingo no Parque da Redenção, tradicional espaço de convivência em Porto Alegre, foi marcada pela cor amarela, abraços e mensagens de esperança. Famílias, profissionais da saúde, autoridades e os frequentadores do parque se uniram em um só propósito: valorizar a vida e conscientizar sobre a importância da prevenção ao suicídio. Assim foi a 5ª edição da Caminhada “Juntos pela Vida”.
Os primeiros participantes começaram a mobilização por volta das 9h30 com balões amarelos e disposição para levar adiante a mensagem do quanto é importante atenção com a saúde mental. O presidente da AMRIGS, Dr. Gerson Junqueira Jr,, destacou a participação da entidade desde a sua primeira edição, por considerar a temática extremamente relevante do ponto de vista da saúde pública.
“A cada hora, pelo menos uma pessoa se suicida em nosso país, que infelizmente apresenta índices muito elevados, inclusive entre jovens. O Setembro Amarelo existe justamente para quebrarmos o estigma, falarmos sobre o tema, orientarmos e informarmos a comunidade. Não pode ser um tabu. Estamos diante de um problema de saúde mental e também de saúde pública, que deve ser debatido de forma profissional”, afirmou.
Na sua manifestação, destacou ainda que qualquer médico, de qualquer especialidade, assim como outros profissionais de saúde, pode identificar sinais e sintomas em alguém e ajudar a salvar vidas.
“É por isso que esta caminhada e o debate aberto são tão importantes. Estar aqui é reafirmar a missão da AMRIGS em valorizar a vida e apoiar ações que conscientizam a sociedade sobre a importância de buscar ajuda e oferecer acolhimento”, completou.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o suicídio é hoje a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. A vereadora Tanise Sabino, idealizadora da Caminhada "Juntos pela Vida”, falou da satisfação em ver famílias, profissionais da saúde, autoridades e cidadãos caminhando unidos pela mesma causa.
“Quando tratamos de políticas públicas de saúde mental, precisamos falar sobre acolhimento, atendimento, tratamento e, principalmente, prevenção. Muitas vezes, não sabemos como lidar com determinadas situações e é fundamental que esse debate esteja sempre presente”, disse.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, esteve presente e chamou a atenção para números impactantes.
“Oitenta por cento dos brasileiros dependem do Sistema Único de Saúde. É claro que a tabela de repasses não sobe e que os municípios têm cada vez menos recursos. No entanto, política pública de saúde se faz com planejamento e qualificação. Esse é um debate absolutamente necessário e estamos aqui lado a lado, nessa caminhada que dá visibilidade e estimula nossos gestores públicos. Vereadores, deputados e prefeitos têm responsabilidade. E vamos continuar caminhando, porque não existe valor maior do que a vida”, declarou Melo.
Adriana Costa, voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV), destacou que o serviço de apoio emocional pelo número 188 está disponível 24 horas por dia. Segundo ela, todos, em algum momento, conhecem alguém que pode precisar desse acolhimento. Criada em 2014 pelo CVV, em parceria com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria, a campanha Setembro Amarelo nasceu com o propósito de dar visibilidade à causa da prevenção do suicídio, reforçando a importância da informação correta e do diálogo permanente sobre saúde mental.
Também participaram da mobilização o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), representado pelo presidente, Dr. Regis Fernando Agnes, e o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), com a presença de Márcia Pires Barbosa.
A atividade foi promovida pela Câmara Municipal de Porto Alegre, com apoio da Prefeitura da Capital e da Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio e Automutilação, além da parceria da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS).
Redação: Marcelo Matusiak